Asas de Papel e Fé

Ele escrevia cartas para si mesmo desde criança. Cartas que começavam com “querido eu” e terminavam com promessas de dias melhores. Guardava todas numa caixa de sapatos debaixo da cama. Aquilo era sua forma de existir com mais leveza — colocar em palavras o que o coração não sabia explicar.

CRONICA

Leila Casarin

6/2/20251 min read

woman in yellow and black floral dress sitting on brown wooden chair
woman in yellow and black floral dress sitting on brown wooden chair

Ele escrevia cartas para si mesmo desde criança. Cartas que começavam com “querido eu” e terminavam com promessas de dias melhores. Guardava todas numa caixa de sapatos debaixo da cama. Aquilo era sua forma de existir com mais leveza — colocar em palavras o que o coração não sabia explicar.

Um dia, já adulto, sentiu que era hora de libertar tudo aquilo. Prendeu as cartas num balão e soltou ao vento. Não queria respostas. Queria liberdade. Às vezes, a gente só precisa soltar.

Coragem é isso: soltar o que te prende mesmo sem saber o que virá depois. É confiar que algumas respostas virão no tempo certo — e outras, simplesmente não virão… e tudo bem.

As cartas voaram. E com elas, as culpas, os medos, os arrependimentos. Ele seguiu mais leve. Como quem veste asas feitas de papel e fé. Porque a leveza não está em não ter passado, mas em não se apegar mais a ele.

Quantas cartas você tem guardadas aí dentro? Quais verdades você não teve coragem de escrever ainda? Talvez hoje seja o dia de colocar no papel — e soltar.

Qual carta você escreveria para seu eu de ontem?